- Se o dinheiro e a linguagem são o nada que afeta tudo poderíamos adicionar à lista a fronteira. Desenho ou invenção capital, a fronteira seja ela REAL no sentido de muro, parede, infraestrutura ou SIMBÓLICA no sentido de categoria ou limite produtivo, cria um mapa navegável onde cada uma se posiciona de acordo com os signos e objetos que nos rodeiam. Para alem de hípertexto, o mapa torna-se híperespaço do qual não há mais por onde lhe pegar. O principal sentimento é um de evanescência, de esquecimento auto-proposto de um pensamento que se pensa a si mesmo e que, em simultâneo, é muito maior do que a sua própria presença.

- É da recusa das fronteiras entre os territórios que se fala quando se fala da dissolução dos limites disciplinares e mediáticos, no “campo líquido”, por certo rizomático, que proporciona uma libertação das limitações impostas e uma liquidificação entre prática e critica, entre história e futuro, entre corpo e espaço, entre linguagem e tempo, entre capital e vida. Propõe-se, assim, um palco da igualdade no qual performances heterogéneas se traduzem umas nas outras. Uma existência fora da névoa que cobre a fronteira e a solução predestinada. Um espaço cénico onde nem o passado nem um dos futuros se encontram endrominados pela tirania do relógio

- To be going and to have are not eternal – fight the fear that engenders the beggining, the middle and the end. (DEREK JARMAN)

- Veja-se, e que se ignore a redundância do pensamento circular, o texto apresentado como uma serie de introduções a tempos e agendas que não são finitas. Como a memória, haverá buracos, amnésia, fragmentos do passado, fraturas do presente. E se, por ventura, uma rede se forma no espaço, SINGULAR ou partilhado, já não haverá esquina que se forme, nem METRO que se apanhe. as ruas perdem MATÉRIA ou transformam-se nela,

cada 1,

só.

corri mas não há chão que me apare nem prato que parte nem parte que pare para me enfiar

qual espaço uno se do CENTRO não sai nada de CONTÍNUO, qual porta entreaberta se nem tenho sítio de onde sair nem quarto para onde ir?

< > index