Qual sonho quando nenhum amante se desfaz na memória |
qual boca que NÃO preferencia sonhos, se me arde a gengiva ao lamber. |
Há produtos que nem o TEMPO corrói. Franchisings de destilação e restauro |
A talha azulada do tempo lembra-me os favores que fiquei por fazer, pequenos textos que lentamente se constroem, filhos do movimento. |
Ora o projeto vive da sua situação ou estado oximórico de produto inacabado. |
Vive do pressuposto de que a conclusão não precisa nem deve ser o seu fim, de que a linguagem, tal como a memória falham e funcionam por colagem; |
ou, numa outra perspetiva, de que, se a memória existe no segmento, no corte e na recomposição, então a linguagem acompanhá-la-á. |
Daí que A POESIA É A ECONOMIA DA MEMÓRIA |
E aqui, a memória - coletiva ou individual - aparece como espaço de construção ou ponto de partida imagético, |
mas também como aliada do tempo, neste caso, de um tempo que não é cronológico ou tirano, mas que se desconstrói e sobrepõe. |